Resenha: Splash! Uma Sereia em Minha Vida

Dirigido pelo Ron Howard (vencedor do Oscar de Melhor Direção por “Uma Mente Brilhante”, em 2002), o filme "Splash", produzido pela Touchstone Pictures e lançado em 1984, é uma das várias fábulas modernas que marcaram a TV brasileira na década de noventa.

Foto: Reprodução

Após salvar um homem chamado Allen Bauer (interpretado por Tom Hanks) de se afogar, uma sereia (interpretada pela Daryl Hannah) ganha a forma humana e vai em busca dele, dando início a um romance inusitado e cativante.
O dilema central do enredo reside na situação de que Allen não sabe que mulher que o salvou é uma sereia que se transforma em humana ao tocar a terra. A relação deles é posta à prova quando um cientista azarado, Eugene Levy (interpretado pelo Walter Kornbluth), se empenha em provar que Madison, como a sereia passa a ser chamada, é realmente um ser do mar.

Foto: Reprodução

A direção de arte é o ponto alto do filme, como, por exemplo, a composição da cauda de sereia de Madison. A sequência em que ela entra em uma banheira na casa de Allen é brilhante de tão realista. A interpretação emblemática da atriz Daryl Hannah contribui com a magia — eu diria que essa personagem é a mais memorável de toda a carreira. Essa é grande razão que me leva a assistir ao filme, além da química do casal. A canção tema que toca nos créditos finais chamada "Love Came For Me", interpretada por Rita Coolidge e composta por Lee Holdridge e escrita pelo lendário Will Jennings (responsável pela letra de ‘My Heart Will Go On’, do filme ‘Titanic’) é um deleite assim como a sequência, que, a meu ver, é a mais bela do filme.

Algumas sequências preservam um humor de qualidade, como quando Allen e Madison estão em uma loja de eletrônicos e as TVs explodem quando Madison tenta falar em sua língua nativa. Por outro lado, como reflexo de sua época, o filme apresenta cenas constrangedoras, desde a violência de espiar mulheres por debaixo das saias até a erotização da protagonista, criando uma atmosfera um tanto inadequada, especialmente por usar essas abordagens como comédia.

Foto: Reprodução

Aclamado pela crítica e pelo público na época e indicado ao Globo de Ouro em 1985 na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical, "Splash" foi durante muito tempo a grande e única referência em filmes de "ação ao vivo" sobre sereias. Infelizmente, poucos filmes do gênero foram lançados desde então com o mesmo destaque.
Curiosamente, o filme ganhou uma sequência para a TV em 1988 chamada ‘Splash, Too’, que no Brasil foi intitulada "Madison, A Sereia". Com um elenco diferente, a sequência não teve tanto sucesso quanto o original.
Para além da memória afetiva, o cativante trabalho de Daryl Hannah e a aventura da sua personagem como uma sereia descobrindo a vida como humana na cidade grande e os prazeres do primeiro amor são as maiores razões que fazem valer a pena assistir, revisitar o filme e recomendá-lo.

Comentários

Postagens mais visitadas