O Mar Recomenda: The Man With the Answers
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Foto: Reprodução |
Existem vários filmes que estão "escondidos" por aí que nos pegam de surpresa, e o filme "The Man with the Answers" é um desses exemplos.
Dirigido e escrito pelo cipriota Stelios Kammitsis e lançado em 2021, "The Man with the Answers" é uma co-produção de Chipre, Grécia e Itália, que nos leva à história de Victoras (interpretado pelo ator grego Vasilis Magouliotis), um atleta que, após o falecimento da avó, com quem ele vivia e cuidava, decide fazer uma viagem pra visitar a mãe Angeliki (interpretada pela atriz Stella Fyrogeni), que mora na Alemanha e que não vê há muito tempo.
Durante o percurso, ele desperta a atenção de um rapaz chamado Matthias (interpretado pelo ator e cantor alemão Anton Weil), e mesmo receoso, Victoras permite que Matthias seja o seu guia e o acompanhe na sua viagem.
O estilo de filme road-movie sempre conduz os personagens a uma viagem que os leva mais para dentro do que pra fora. A estrada é a ponte que faz que com seja possível se descobrir e desconstruir os dilemas pessoais. E não é nada diferente aqui.
O personagem de Victoras é introspectivo, sério e muito correto, ao contrário do Matthias que é espirituoso, leve, comunicativo e com senso de humor irresistível. Os dois se complementam, mas é Matthias que leva Victoras pra fora de si mesmo. A relação vai se desenvolvendo de modo orgânico, e aos poucos eles se permitem a essa atração e afeto.
O ator Vasilis Magouliotis tem uma carreira mais teatral e alternativa, e esse filme é até o momento o único que fez para o grande público. Particularmente, me diverti muito com as nuances sutis que ele imprimiu para o seu personagem, Victoras. Apesar de ser mais fechado, é fácil perceber o medo, o riso, a raiva e carinho em poucas expressões.
O ator Anton Weil fez alguns outros filmes, mas parece ser esse o único de maior destaque até então. Ele foi a escolha mais que certa para interpretar o mochileiro Mathias. O jeitão divertido, sagaz e um tanto cínico do personagem me fez lembrar muito do desenho de A Pantera Cor-de-Rosa.
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Foto: Reprodução |
O desempenho de ambos é tão natural e o filme é tão bem dirigido pelo Kammitsis que às vezes nem parece ser um romance fictício, nesse sentido parece um documentário, do tanto que o elenco parece estar à vontade. Preciso destacar a fotografia do Thodoros Mihopoulos que seleciona os melhores ângulos, especialmente das regiões por onde o casal viaja e que desperta a vontade de pegar o carro e sair viajando pelo mundo. A trilha sonora também me cativou, desde a abertura ao som da música "Dead Boys", do Sam Fender até o tema "Vita Sociale", da banda italiana, Canova.
Esse filme foi uma grande surpresa e se tornou um dos meus favoritos com a temática LGBTQIA+. Uma história otimista que fala sobre se abrir para o novo, e também sobre criar e recuperar conexões familiares, afetivas e com a vida.
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