O Mar Recomenda: TRIGUN STAMPEDE

Nos últimos anos, tenho me interessado cada vez mais pelo mundo dos animes. Quando reflito sobre isso, um dos que me vem à mente é a versão de “Trigun Stampede” de 2023, baseada nos mangás lançados nos anos noventa pelo Yasuhiro Nightow.

Foto: Reprodução

A série se passa em um planeta desértico chamado No Man’s Land, onde as comunidades de seres humanos (que caíram nesse planeta por razões explicadas no anime) sobrevivem cultivando reatores chamados “Plant”.
O enredo se concentra na dupla de investigadores-jornalistas, Meryl Stryfe e Roberto de Niro. Eles se deparam com Vash, conhecido como o Estouro da Boiada ou Tufão Humanoide, um pistoleiro foragido e amável que causa confusão por onde passa. No entanto, essa confusão é causada mais por aqueles que estão à procura dele do que pelo próprio Vash.
Os três se unem para deter o irmão gêmeo maléfico de Vash, chamado Million Knives. Ele planeja exterminar os humanos para que as Plantas sejam as únicas habitantes de No Man’s Land.
As Plantas, criadas em laboratório pelos humanos, não possuem vontade própria. No entanto, Vash e Million Knives são Plantas independentes e sencientes. Eles conseguem viver fora das cápsulas (que conduzem a energia), o que os torna diferentes da maioria.

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O anime está no formato 3DCG, onde cada elemento é desenvolvido através de modelos tridimensionais que permitem aos realizadores uma melhor manipulação individual de cada elemento em cena, gerando uma profundidade legítima, tornando a experiência muito mais imersiva, adorável e surpreendente. Existem, portanto, sequências complexas, feitas verdadeiramente em 3D, que são de tirar o fôlego e que me deixaram em completo estado de graça. Todo o traço e conceito visual ganhou rapidamente minha atenção. É muito estranho que "Trigun Stampede" não tenha recebido mais destaque além da bolha de público que o acompanhou.

No episódio sete é apresentado um pouco da infância de um personagem misterioso chamado Wolfwood, que vive carregando uma arma imensa em formato de cruz. Ele se junta ao trio e acaba criando uma forte ligação com Vash, assim como todo mundo que cruza o caminho do pistoleiro. Nos flashbacks desse episódio, em que conhecemos a infância dramática dele junto com os outros orfãos, a série surge com o aspecto visual híbrido em traços 2D, deixando ainda mais evidente a beleza de cada estilo.
Embora o anime não apresente um romance queer explícito, é possível assimilar a relação de Wolfwood com um outro orfão, e, posteriormente, com o Vash, dum jeito romântico (de forma ainda muito sutil nessa primeira temporada).

Não é nem um pouco difícil imaginar algo do tipo, afinal, quem acompanha alguns animes, sabe que há muito tempo esse tipo de subjetividade, seja pelo queerbaiting ou queer-coded, faz cada vez mais sucesso.

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Com ares de "Star Wars" e "Mad Max" e atualmente disponível na Crunchyroll, em versões legendadas e dubladas em português, "Trigun Stampede" foi lançada pelo estúdio japonês Orange (o mesmo responsável por outro anime de sucesso chamado "Beasters", disponível na Netflix) e produzido por Katsuhiro Takei, Kiyotaka Waki, e Yoshihiro Watanabe. O anime me surpreendeu em todos os aspectos, incluindo a trilha sonora. A música que toca nos créditos de cada episódio chamada "Hoshi no Kuzu α", da cantora japonesa Salyu junto ao multi-instrumentista japonês Hanuka Nakamura, é lindíssima. Fiquei ouvindo por um bom tempo na época.
Para alegria de quem acompanha, já houve a confirmação da segunda temporada, mas está no "Em Breve". Espero que seja ainda esse ano. Mal vejo a hora de voltar à No Man's Land e rever a gracinha do Vash.

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