Resenha: Maurice
Baseado no livro homônimo de E. M. Forster escrito entre 1913 e 1914, "Maurice" é simplesmente um dos melhores romances gueis de todos os tempos. A adaptação para o cinema, lançado em 1987, foi dirigida por James Ivory (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por "Me Chame Pelo Seu Nome" em 2018) e co-escrito com Kit Hesketh-Harvey, e estrelada por James Wilby, Hugh Grant e Rubert Graves.
A história do filme, assim como o livro, se passa na Inglaterra Eduardiana (por volta de 1901 à 1910), e apresenta Maurice Hall (interpretado pelo James Wilby) recém chegado na antiguíssima Universidade de Cambridge, criando uma amizade com Clive Durham (interpretado pelo Hugh Grant), até os dois desenvolverem uma relação romântica e proibida.
Diante disso, Clive decide casar-se com uma mulher, Anne Durham (interpretada pela Phoebe Nicholls), encerrando seu romance com Maurice, que segue apaixonado pelo amigo e ao mesmo tempo tentando se curar desse "mau".
Durante uma estadia na casa de campo de Clive e Anne, o faz-tudo do lugar chamado Alec (interpretado pelo Rupert Graves) se apaixona por Maurice, que com o tempo se entrega ao desejo e amor pelo rapaz.
Seu personagem, Alec, é muito discreto, sutil, mas vai aos poucos, feito um tubarão, espreitando Maurice de um jeito divertido, solto, guiado pelos impulsos apaixonados e românticos sem permitir que Maurice o rejeite no momento de dar a "mordida". É uma dinâmica narrativa irresistível.
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Foto: Reprodução |
Na excelente área técnica, no geral, muitos dos profissionais envolvidos em "Maurice" não possuem uma filmografia muito popular, ou, pelo menos, que eu conheça bem, mas destaco a cinematografia do Pierre Lhomme que é muito elegante e aconchegante e o figurino impecável (indicado ao Oscar em 1988) criado pela Jenny Beavan (vencedora do Oscar de Melhor Figurino por "Cruella" em 2022, além de outros trabalhos notáveis como "Mad Max, Estrada da Fúria" e "O Discurso do Rei"), John Bright (Indicado ao Oscar de Melhor Figurino, em outra parceria com a Jenny Beavan, por "Razão e Sensibilidade" em 1996) e Willim Pierce.
Mesmo que o livro e o filme retratem a realidade homofóbica tal como era (e ainda é em alguns países), há um otimismo poderoso, inesperado e completamente marcante. Para o mundo todo, especialmente a comunidade guei, foi uma forma de dizer que: Sim, existirá O Felizes Para Sempre pra vocês.
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