Sereiando na Cultura Pop

Uma das personagens animadas mais emblemáticas do mundo é uma moça charmosa, sensual, de voz fina, olhos grandes e cheia de estilo. Nascida em 1930, idealizada pelo polaco-americano Max Fleischer e desenhada pelo americano Grim Natwick, Betty Boop permanece tão atual quanto antes.

Foto: Reprodução

Baseada nas artistas da época, a inspiração para compor o visual da personagem vem da atriz Clara Bow, da cantora Helen Kane, mas, especialmente na cantora afro-americana Baby Esther Jones. O estilo irreverente e ousado foi motivo de espanto, e poucos anos mais tarde, caiu na censura com o Código Hays.
O Código Hays — conhecido também por Motion Picture Production Code — foi um conjunto de normas morais que definia o que poderia ser apresentado nos filmes lançados nos Estados Unidos entre 1930 e 1968, criado pelo advogado e político presbiteriano Will H. Hays. Diversas produções caíram na censura, incluindo temáticas LGBTQIA+.
Lançado um pouco depois desse Código, o curta-metragem "Betty Boop's Life Guard", produzido pelo estúdio Fleischer, se passa numa praia e mostra Betty se divertindo com a sua boia no mar, mas ao se afogar ela começa a delirar e se imaginar como uma sereia. Quem se encarrega de salvá-la é o seu namorado, Fearless Freddy, o salva-vidas.


O curta tem seis minutos mais ou menos, e traz uma das primeiras representações sobre sereias e fundo do mar em animação, permanecendo com um charme imbatível. A ousadia contida nas produções com a Betty Boop foram atenuadas para não violar as normas do Código Hays, mas mesmo assim, a essência da personagem não foi maculada pelas regras, e assim, em 1980, ela reconquistou o mundo reaparecendo em vários formatos de mídia e entretenimento, se fortalecendo de vez como uma marca.

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